Do latim Voluntarius, que se faz por vontade, desejo, querer…  o voluntário vem ganhando a cada dia mais vez e voz na construção da história cidadã das nações.

Nascido no Brasil com a instalação das Santas Casas de Misericórdia de Santos, em 1543, o voluntariado vem ao longo dos últimos séculos ganhando contornos essenciais não só na mitigação dos sofrimentos das populações como também na luta por direitos humanos essenciais. As bandeiras levantadas por este exército de pessoas, que segundo dados da Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021 soma 34% da população brasileira, vão desde o apoio às áreas de alimentação, saúde, educação, moradia, geração de renda, até a promoção da diversidade e inclusão, acesso aos direitos sociais e políticos, defesa a pautas ambientais e à proteção de animais, entre tantos outros temas.

Ainda segundo dados da referida pesquisa, com a chegada da pandemia e o agravamento da crise econômica no país, as ações de voluntariado deram um importante salto em 2021: comparado aos índices de uma década atrás, o número de pessoas que se dedicam hoje ao voluntariado é 23% maior, bem como o número de horas mensais dedicadas às ações desta natureza que saltaram de 5 horas para 18 horas por voluntário. Ações de apoio às famílias e comunidade; de pessoas em situação de rua; de pessoas com deficiência e a valorização de causas animais foram potencializadas em grande proporção durante este período.

Mas o que todo este movimento representa? O ser humano é gregário por natureza. Nossa essência busca a vida coletiva, por mais que o dia a dia, a rotina cotidiana e frenética nos impulsione para a vida individual, ou restrita a pequenos grupos. Quando nos afastamos por demais da coletividade perdemos a vitalidade que o coletivo naturalmente nos oferta. É nele que nos reconhecemos, é através dele que ganhamos força para as grandes transformações e resiliência aos grandes desafios inerentes à vida.

A chegada da pandemia, que nos isolou por um grande período, foi um marco importante na vida de cada um de nós. Percebemos o quanto dependemos desta rede invisível. Criamos alternativas para estarmos próximos das pessoas mesmo que à distância. Vimos também neste interim ações maravilhosas de apoio solidário e, me arrisco a apostar, que sem a força da coletividade voluntária propagada no Brasil e no mundo não suportaríamos a este grande impacto físico e psíquico, mesmo que contabilizando tantas perdas e administrando as sequelas.

O voluntariado ainda é um campo fértil para agirmos movidos por um propósito. Ele se direciona a causas que se conectam com nossos valores e muitas vezes colaboram para dar sentido ao nosso SER e FAZER no mundo. Sua força é tão grande e poderosa que se espalha por diversos setores da sociedade abrangendo Organizações Sociais, Instituições Públicas e Privadas e o Setor Produtivo.

O voluntariado corporativo já corresponde a 15% das pessoas que atuam solidariamente no Brasil e os dados da pesquisa mencionada acima revelam que estes dedicam uma média de 21 horas por mês em ações deste gênero. As empresas que investem em programas como estes contribuem não só para promoção dos temas-foco de sua ação e fortalecimento da rede social como também geram ganhos como: a melhoria do clima organizacional; a integração efetiva entre as pessoas nos âmbitos pessoal e profissional; o desenvolvimento de habilidades como comunicação, liderança, trabalho em equipe; a descoberta de talentos individuais que promovem o crescimento coletivo; o aumento da produtividade e racionalidade dos processos; o estabelecimento de vínculos com a comunidade e o poder público local; entre tantos outros.

A Wickbold vem ao longo de sua história investindo em ações de apoio às comunidades do entorno e em projetos que defendem as comunidades originárias da Amazônia. Mas este ano decidiu criar o seu programa de voluntariado corporativo, o Wickvoluntário. Ele teve início em Diadema, onde está localizado sua sede, mas agora em setembro será levado também para as suas plantas de Hortolândia, em SP, e do Rio de Janeiro, RJ. O foco de atuação, escolhido pelos colaboradores, foram crianças e jovens e o tema a ser explorado a alimentação saudável.

Estimular a participação coletiva é contribuir genuinamente para o desenvolvimento de uma inteligência social de extrema relevância e necessidade na sociedade. É colaborar para um propósito maior que contempla o fato de que somos interdependentes, ou seja, dependemos mutuamente uns dos outros.

Que o voluntariado ocupe o nobre e valoroso papel que já tem: de humanizar, cada dia mais, as nossas relações!

Juliana Santana – Gerente de Desenvolvimento Humano, Cultura e Engajamento e Head de Sustentabilidade da Wickbold

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