Conheça os poetas ambulantes
Acreditando que a poesia pode estar dentro de todos os lugares, o grupo Poetas Embulantes realiza, desde 2012, intervenções poéticas com saraus e distribuição de poemas em ônibus, trens e metrô da cidade de São Paulo. O objetivo dos poetas é levar poesia às pessoas que não estão esperando por ela em meio a uma rotina árdua numa megalópole, como a capital paulistana. Há um ano o grupo foi contemplado com o prêmio Todos por um Brasil de Leitores, do Ministério da Cultura, motivo que deixou o grupo mais que orgulhoso.
A cada mês, o grupo formado por Thiago Peixoto, Mel Duarte, Carolina Peixoto, Jefferson Santana, Lu’z Ribeiro e Mariane Staphanato, entre outros agregados, traça um itinerário diferente, percorrendo diversas linhas de ônibus, trens e metrô, declamando e entregando poemas de sua autoria ou escritos por autores consagrados. Essas ações ocorrem em dias úteis, preferencialmente nos horários de maior movimento. No momento em que os passageiros estão mais cansados e estressados, a intervenção dos Poetas torna a viagem mais agradável e divertida. O destino final é sempre algum local onde habitualmente ocorrem saraus, dando continuidade ao dia de convivência com a poesia.
Não há roda, ordem, ou roteiro pré-estabelecido. Espalhados entre os passageiros, os poetas vão disparando sua poesia, distribuindo poemas, divulgando sua arte. Em cada coletivo a ação é diferente, pois a energia do público influencia diretamente o desenvolvimento do sarau e a escolha dos poemas.
Quando questionado sobre São Paulo estar mais poética nos último tempos, a resposta de Thiago Peixoto é positiva: ”A poesia, há algumas décadas, vem travando uma batalha intensa para deixar São Paulo menos dura, menos indiferente, menos estressada, mais disposta a ouvir e respeitar as pessoas que respiram sua atmosfera. O Poetas Ambulantes é fruto dessa batalha que vem sendo travada, nascemos dessa necessidade de colocar poesia em São Paulo, estamos dando continuidade a isso e queremos ser referência para que outras iniciativas aconteçam. A cidade está correndo o tempo todo, então dentro desse contexto, colocar a poesia na cidade é uma urgência, pois é uma arma poderosíssima, que fazem as pessoas pararem e refletirem sobre o que estão fazendo de suas vidas, faz elas questionarem as coisas que estão erradas, se inquietarem com o incômodo que sempre existiu dentro de todos, mas que fomos educados a silenciar”.
E você, concorda com Thiago? Precisamos de mais poesia na nossa rotina?