Corrida – esporte e paixão
A corrida tem se tornado uma das atividades físicas mais populares entre os adultos. Desde grupo de amigos até equipes corporativas, são diversas as possibilidades de fazer parte da turma dos corredores informais que se dedicam ao esporte e viajam para participarem de provas pelo Brasil e em outros países.
Entenda melhor esse exercício pelo ponto de vista de uma educadora física e de uma pessoa comum que viu na corrida uma forma de se manter saudável e equilibrada.
Profissional de educação física:
- Quais são os benefícios da corrida para a saúde e para o corpo?
Ganho da capacidade aeróbica. Porém, a corrida é um exercício incompleto. Quem corre, tem que fazer exercícios de fortalecimento.
- Qual a periodicidade que uma pessoa deve correr para que não haja riscos para a saúde?
Depende de uma avaliação individual, porém o recomendado é pelo menos 3 vezes por semana de 30 a 45 minutos de caminhada e/ou corrida, dependendo do nível de aptidão física inicial do indivíduo.
- Uma pessoa sedentária pode começar a correr muitos quilômetros ou deve treinar o corpo de forma gradual?
De forma gradual e incluindo outras capacidades físicas que não são contempladas na corrida como, por exemplo, força, flexibilidade e agilidade, além de exercícios de propriocepção (superfícies instáveis).
- Como o atleta informal pode prevenir lesões?
É necessário passar por orientação de um profissional capacitado em corrida. Não é recomendado correr sem acompanhamento de um profissional.
- Qual a roupa adequada para correr?
Roupas leves e tênis confortável.
- Só correr supre a necessidade de exercícios físicos de uma pessoa?
Não. A corrida é incompleta. Segundo a OMS, existem 4 componentes ótimos para uma boa aptidão física: – Capacidade aeróbia (suprida pela corrida);
– Força;
– Flexibilidade;
– Composição corporal.
A corrida promove boa capacidade aeróbia, pode promover boa composição corporal (que também depende de uma boa nutrição e exercício de força), porém não promove desenvolvimento de força, nem de flexibilidade, de forma adequada.
- Qual é a musculatura trabalhada na corrida?
Principalmente membros inferiores, porém mais a cadeia anterior que posterior, por isso a necessidade de outros exercícios de forma adequada para diferentes partes do nosso corpo.
- Tem diferença correr na esteira e correr ao ar livre?
Não, o que a pessoa preferir.
- Há restrição de idade para a corrida?
Não, depende da capacidade do indivíduo.
Corredor informal:
- Quando você decidiu começar a correr e por quê?
Comecei aos 20 anos, quando estava na faculdade. Acho que o objetivo era frequentar o clube da universidade e socializar com os outros alunos. Depois parei e voltei aos 30 quando comecei a “criar barriga”, pois sou magro e homem magro com barriguinha é muito feio, né? Nunca mais parei até hoje aos 47, exceto quando fui impedido por problemas de saúde. Então, acho que o motivo inicial foi vaidade!
- Você começou a correr de forma despretensiosa ou sempre quis correr maratonas e atingir metas como atleta (mesmo que de forma informal)?
Comecei de forma despretensiosa, achava que competição tornaria a corrida mais estressante e menos prazerosa. Minha relação com o esporte mudou radicalmente a partir do dia que fiz minha primeira prova: 10 km. Hoje faço parte de um grupo que conta com orientação profissional, que ajuda no planejamento dos treinos e das provas. Correr com um objetivo aumenta muito o comprometimento do atleta pois, com um plano de treino traçado, fica claro que não é possível repor um dia não cumprido e essa regularidade leva à evolução. A disputa das provas também é um acontecimento muito especial. Todo aquele clima da multidão de corredores na largada, as ruas fechadas exclusivamente para a corrida e a concentração para acompanhar os tempos a cada quilômetro do percurso é uma experiência muito envolvente.
- O que te motiva a correr?
Manter a forma física é a razão mais óbvia. Depois, tem a questão de que a hora da corrida é um momento exclusivo pra mim, é aquela hora do dia em que deixo de ser profissional, pai ou marido. Você está ali fazendo só aquilo e pode se concentrar em seus pensamentos, nas suas sensações, sem se preocupar com o resto do mundo. Também gosto de disputar provas de rua pra fazer turismo. Adoro fazer provas fora da minha cidade, assim viajo um fim de semana inteiro para um lugar diferente, saio no sábado pra jantar, acordo cedo no domingo e vou conhecer ou rever uma cidade diferente correndo! Faço isso em família ou com amigos e acho ótimo. Costumo fazer duas provas de rua por semestre, uma de 10 km e outra de 21 km.
- O que você sente quando corre?
Durante a corrida me sinto saudável, capaz, melhor observador. Um fenômeno comum entre os corredores é se sentir mais inteligente durante os treinos! Durante a corrida, quando a vida lá fora está distante, tudo parece mais simples e fácil de resolver. Você tem ideias e faz planos. Por isso gosto de correr de manhã, me ajuda a planejar o dia. Depois da corrida, o corpo fica relaxado e às vezes, quando abuso do esforço, tenho um sono terrível. Quando dá pra dormir é um sono maravilhoso, mas quando não dá, é bem difícil me manter acordado!
- O que você sente quando NÃO corre?
Faltar a um treino, principalmente em época de preparação para prova, é uma das coisas mais irritantes que existe. Fico mal humorado e me sentindo infeliz com a vida. Sempre que vejo alguém correndo na rua tenho inveja, mesmo em horários impróprios como sob o sol do meio dia. Não correr dá vontade de correr, sempre.
Corrida é um exercício aeróbico que, como os demais dessa categoria, ajudam na queima de gordura. Conheça aqui outros hábitos que ajudam a diminuir a ‘barriguinha’.
Fonte: Kabura El Kurdi, educadora física. CREF: 076029-G/SP; Paulo Henrique Costa, 47 anos, administrador.