Enjoos na gravidez: como encarar o desconforto e quais alimentos podem ajudar?
Comer da forma correta e praticar atividades físicas podem ajudar a lidar com essa condição comum do período gestacional
A gestação é um período repleto de expectativas para as mulheres, que chega com diversas mudanças, principalmente, corporais. Nem todos os momentos são fáceis e as dificuldades desse momento são cada vez mais abordadas em redes sociais, rodas de conversa e na mídia. Esse combo de informações ajuda a estar preparada para saber o que fazer em determinados casos, além – é claro – de um bom acompanhamento médico com o obstetra.
Um exemplo nesse sentido são os enjoos. De acordo com um estudo da Universidade de Cambridge publicado na revista Nature, esse desconforto, assim como os vômitos, estão presentes em uma gravidez a cada dez. Além disso, uma a cada 100 mulheres apresenta “hiperêmese gravídica”, que são sintomas mais graves e uma das causas mais frequentes de hospitalização de gestantes do primeiro trimestre.
“O enjoo na gravidez está relacionado ao aumento importante dos níveis séricos de HCG (Gonadotrofina Coriônica Humana), que são produzidos por células que vão originar a placenta. Já a hiperêmese é a condição sintomática importante de náuseas e possivelmente vômitos (êmese). A sua intensidade pode variar entre as pacientes e ser mais frequente nos trimestres extremos da gestação. Em alguns casos mais raros, esse sintoma pode persistir durante todo período gestacional”, explica Dr. Ricardo Roscito Arenella, especialista em ginecologia e obstetrícia.
Para tornar a experiência menos desafiadora, é importante entender como lidar com essa condição e quais alimentos podem amenizar os sintomas. Isso pode ser um alívio para muitas futuras mamães por aí.
3 dicas que aliviam o enjoo na gravidez
Por isso, se você está com sintomas que afetam sua capacidade de manter alimentos e líquidos no organismo ou se o desconforto atrapalha sua rotina, é fundamental procurar ajuda médica. Até lá siga essas três dicas que podem ajudar no dia a dia:
Cuidado com as bebidas quentes: segundo Dr. Ricardo, não há bebidas específicas que as gestantes devem evitar para reduzir o risco de enjoo. Porém, é comum uma intolerância maior às bebidas quentes e com cheiro forte. Por isso, o ideal é consumir água, chás, água de coco ou isotônicos gelados. Saiba como fazer água saborizada aqui.
Mastigação e tamanho de porções ajudam: divida a dieta diária em mais de seis pequenas refeições; procure ter uma boa e lenta mastigação; evite deitar-se logo após comer; e pratique alguma atividade física. Isso costuma auxiliar no controle dos enjoos, de acordo com o obstetra.
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Suplementos ou vitaminas pré-natais: o médico conta que eles não ajudam a aliviar o enjoo na gravidez diretamente, mas a compensação dos níveis minerais e vitamínicos pode ajustar o nível glicêmico e atuar no controle de possível enjoo matinal. Suplementação de gengibre costuma auxiliar também.
4 frutas boas para enjoo na gravidez
E falando de alimentação… Quais alimentos que aliviam o enjoo na gravidez? Segundo o Dr. Ricardo, as pacientes que sofrem com essas condições costumam ser mais tolerantes às comidas cítricas e geladas. Já as frutas são boas opções para comer, quando a mulher não consegue ingerir comida na gravidez.
“Podemos citar preparos como gelatinas e sorvetes, além de frutas como tangerina, laranja e abacaxi. O melão também é um exemplo do que pode ser bem aceito”, enumera. Gostou? Confira alguns de seus benefícios:
Laranja: conhecida por fortalecer a imunidade, a laranja é uma fruta rica em fibras que também ajuda no funcionamento do intestino. Contém vitaminas (A e C), além de propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, que atuam no combate ao envelhecimento precoce, na redução do colesterol ruim e ainda protegem de doenças cardíacas.
Tangerina: fonte de fibras e rica em minerais como potássio, além de outras características nutricionais, é uma fruta que fortalece o sistema imunológico, previne a anemia, retarda o envelhecimento precoce, combate à prisão de ventre e auxilia na prevenção de doenças, como diabetes e hipertensão.
Abacaxi: além de ser rico em fibras, contém bromelina, uma enzima capaz de quebrar as proteínas dos alimentos. Dessa forma, funciona como um excelente digestivo. Como também é diurética, essa fruta evita a retenção de líquidos e ajuda a eliminar toxinas prejudiciais à saúde.
DICA DE RECEITA: sanduíche de linhaça com abacaxi e cenoura.
Melão: possui apenas 25 calorias em cada porção de 100 g, sendo composto de 90% de água. Com tantos nutrientes, ele é considerado um alimento funcional, devido ao seu alto poder antioxidante.
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Quando buscar ajuda médica?
Vale ressaltar que durante a gravidez, o acompanhamento médico e nutricional é indispensável. Ainda mais em casos de enjoos frequentes. Embora ele seja um sintoma presente na maioria das gestações, se começa a ser um incômodo e atrapalhar o dia a dia, chegou a hora de conversar com o obstetra.
“O enjoo na gravidez exige atenção médica quando está associado a uma frequência alta de vômitos, além da contínua ausência de apetite ocasionando emagrecimento, desidratação ou até distúrbio hidroeletrolítico”, conta Dr. Ricardo.
Portanto, fique atenta a sinais como boca seca, tontura e sensação de fraqueza. Fale com seu médico, pois ele é o profissional que indicará o melhor tratamento.
Conclusão
Cada corpo é único e reage de maneira diferente, portanto o que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra. É importante seguir as recomendações médicas, prestar atenção aos sinais corporais e manter uma rotina equilibrada, com boa alimentação, atividades físicas permitidas para o período e a correta ingestão de água.
Lembre-se de que experimentar diferentes alimentos pode ajudar a encontrar o que melhor alivia os sintomas. Mesmo que os enjoos possam ser desafiadores, você pode vencer esse desconforto com as estratégias certas e garantir mais saúde para seu organismo e seu bebê durante toda a gravidez.