Muita gente se pergunta se a escola tem papel importante na educação alimentar dos nossos pequenos cidadãos. O Centro Educacional da Fundação Salvador Arena afirma que sim e serve de exemplo para outras instituições de ensino ao redor do país. O complexo educacional fica no município de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, e engloba o Colégio Termomecanica e a Faculdade de Tecnologia Termomecanica. Juntas, o Centro Educacional atende gratuitamente mais de 2.400 alunos, sendo metade deles procedente de famílias com renda per capita de até 1,5 salário mínimo.

O desempenho escolar está associado à fase do desenvolvimento infanto-juvenil. A falta de nutrientes interfere na habilidade motora, cognição, aprendizagem, linguagem e processos sociais. Neste cenário, a escola também assume papel de referência para educação alimentar. No ambiente escolar, a elaboração de cardápios variados e harmônicos, a socialização no momento da refeição e o acompanhamento de profissionais qualificados possibilita grandes avanços e influencia até mesmo a família, afirma Fernanda Trigo, nutricionista coordenadora do restaurante do Centro Educacional da Fundação Salvador Arena.

Aqui, aulas de agricultura fazem parte da matriz curricular dos alunos da Educação Infantil (a partir dos 5 anos) até o 3º ano do Ensino Fundamental 1 (entre 8 e 9 anos de idade). Os alimentos produzidos com o apoio dos alunos ajudam a complementar a alimentação balanceada que eles recebem todos os dias na escola. Tem de tudo na horta: alface, couve, repolho, acelga, rabanete, cenoura, berinjela, beterraba, tomate, abacate, mamão, morango, além de temperos. E o aprendizado não para na horta, pois os alunos do Salvador Arena também tiram o leite da vaca e aprendem a produzir o próprio queijo. “As crianças também aprendem que muitos alimentos naturais vão para a indústria e viram outra coisa. Isso dá para eles a noção do que é uma cadeia produtiva”, conta Fernanda.

 

Desde 2013, o Centro Educacional também conta com o programa Escolha Saudável como forma de estimular a autonomia das crianças em relação à alimentação. O programa, inspirado no My Plate, de Michele Obama, apresenta sugestões de como o aluno deve montar a bandeja considerando o cardápio do dia. “Dividimos os alimentos por grupo e cada grupo tem sua respectiva cor. Assim, as crianças aprendem o que devem comer e em qual quantidade, pois a bandeja já é dividida considerando as porções de cada alimento”, explica a nutricionista.

Quais os resultados práticos de toda essa ação?  “A introdução de novos alimentos na rotina dos alunos é algo claro de se ver. Vemos evolução na qualidade e quantidade do que eles comem, além deles levarem todo esse conhecimento para dentro de casa”, completa Fernanda.

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